segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Mamãe tá ocupada!




Recebi a notícia de que mais uma amiga minha está grávida!
Na hora fiquei um pouco chocada. Sempre fico um pouco chocada cada vez que alguém me diz que está grávida e a primeira pergunta que me vem à cabeça é : Mas...tu tá feliz? É uma notícia boa? Posso comemorar? Porque vai que...né?
Nunca foi o caso contrário, elas estavam sempre felizes, o que me alivia bastante!
Alivia e choca. O que me choca, na verdade, é justamente a felicidade delas.
Calma, eu explico!!! Não é um choque ruim, não me entenda mal.
Eu não me sinto preparada para ter filhos (alguém está?). Quero, um dia, tê-los. Mas se isso acontecesse comigo hoje, eu entraria em pânico, porque ainda me falta muita grana coisa na vida antes de ter filhos.

Já ouvi dizer que filhos são uma benção, são a alegria da vida das pessoas, são lindinhos, fofinhos, cheirosos , que quando nascem a gente descobre o que significa o amor incondicional, etc. Acredito em tudo isso.

Mas também acredito na trabalheira que dá. São noites intermináveis sem conseguir dormir, choros estridentes, desespero quando o nenê chora e a gente não sabe o que ele quer, muito cocô mole, vômitos no casaco... E aquela mamãe feliz de antes aparece um pouco escondida atrás das olheiras.

Eles crescem, começam a falar, caminhar (coisa mais totosa ver neném de fraldão, caminhando pela casa), mexer em tudo, colocar tudo na boca, puxar o rabo do cachorro, jogar o pratinho de comida na parede, virar o suquinho de uva no tapete...  E aquela mamãe feliz de antes está ali escondida atrás da dor nas costas.

Eu sei, eu sei...coisa horrorosa de se falar. Mas eu penso em tudo isso.

Já vi amigas, primas, colegas em lapsos depressivos por causa da trabalheira que é criar uma criança. Isso que nem falei dos grandinhos, só estou falando dos bebês. Não cheguei nem na parte do ensinar seu filho noções de certo e errado, ajudar a fazer o tema, a não bater na cara do coleguinha, e ouvir desaforos (nem vem, toda mãe já ouviu desaforo). Ou ter que parar tudo pra ver aquele desenho indecifrável que seu filho fez  e achar lindo.

Que tomar banho? Quer pintar as unhas? Quer se atirar no sofá para ver reprise dos Friends? Quer ficar até de madrugada vendo clipes no You Tube? Que comer um bolo de chocolate sozinha, sem dividir com ninguém (como diz a MINHA mãe: mãe nunca morre empanturrada)?
Abstraia, mamãe, porque seu filho precisa mamar, arrotar, fazer cocô, trocar a fralda, brincar, chorar, fazer cocô de novo, trocar a fralda de novo, e dormir. Aí, se sobrar tempo (e até onde eu sei, nunca sobra), o que você mais quer é cair dura na cama, roncando.

E com toda esta reclamação sobre falta de tempo para si (estamos falando de mamães sem babás, veja bem), automaticamente aparece aquele outro sentimento, comum a todas as mães: a culpa. A culpa de querer minutos de sossego e silêncio, a culpa de querer ficar sem fazer nada, a culpa de ouvir o choro do filho e pensar: Que saco! E isso não significa que você não ama sua cria ranhenta, apenas que está cansada. Mas até entender e administrar essas emoções, já foi um balde de culpa fresquinha pra dentro da cachola.

Ser mãe é assim. Ser um misto de felicidade, canseira e culpa. Não estou aqui querendo que alguém desista de ser mãe, hein? Acho que a maternidade é algo fantástico, e nada no mundo deve estar à altura da emoção de gerar uma criança. Por essas razões, mães são tão especiais. Mesmo nas mais adversas situações, quando um filho chama, o coração de mãe bate mais forte.

Talvez seja isso o que mais me choque quando alguém me diz que está grávida: o de alguém querer padecer no paraíso (alô, clichê!). E depois de os filhos crescerem, sentirem saudades de toda essa fase.

Mas é aí  que entra aquela história do amor incondicional. Mas deste, a gente conversa depois que eu tiver filhos, porque só assim, eu vou conseguir entender perfeitamente.


Ps.: Amigas gravidinhas e neo-mamães! Muitas felicidades nessa nova fase da vida! Vocês são as minhas heroínas!





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