segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vai lá, que eu espero aqui.





É a sabedoria popular: gosto não se discute, já dizia a velha que comia ranho.

Você deixou de gostar de loiras porque disseram que as morenas são melhores?
O gosto de sushi/mocotó/buchada de bode ficou melhor só porque alguém disse que era bom?
Aquele feioso do terceiro andar ficou mais bonito só porque ganhou dinheiro? (Opa! Tem gente dizendo que sim?)
Você deixou de ouvir sua banda preferida porque sua namorada não gosta?
Você trocou de time de futebol porque o colega ali disse que o time dele era melhor?

Se você respondeu 'sim' à alguma dessas perguntas: Parabéns! Você acaba de entrar para o rol dos sem personalidade.

Agora, se você respondeu 'não', então deu, né? Resolvida a questão. Já sabe que não adianta discutir. O máximo que se consegue com isso é cãimbra na língua, cara feia alheia, e a fama de chato.

Penso muito nisso toda vez que alguém me convida para fazer TRILHA NO MATO ( nas pedras, no morro...qualquer tipo de trilha na natureza). Chega a me dar um pavor, uma agonia instantânea, uma coceira, no meio das costas, lá onde o braço não alcança. Não gosto, nem tente.

Se tem coisa que eu não mereço nessa vida é fazer trilha no mato!
Essa vibe natureza, pra mim, termina ali na Redenção, ou (e olhe lá) na prainha da Guarda do Embaú, que é o máximo de trilha que meu cérebro aguenta, sem ligar o alerta vermelho de perigo.

"Ah, mas é tão bom! A gente chega lá em cima do morro e vê aquela vista maravilhosa! Anda por aquela trilha de árvores nativas, ouvindo os sons dos pássaros... A gente pode montar acampamento numa área próxima à cachoeira, e tomar banho lá...", já diriam os Indiana Jones.

Não, amigo, não, não, obrigada! Não tenho a menor vocação para índio.
A última coisa que eu quero é subir vinte quilômetros morro acima pra ver vista. Árvores nativas eu encontro no Jardim Botânico. Não tomo banho de água gelada nem por decreto. E sons dos pássaros...bem...tem um passarinho cretino que começa a cantar na minha janela às 4h da manhã. Serve?

Dormir em barraca até vai, mas...tem banheiro limpo por perto?


Eu até não me importo em viajar para alguma praia mais deserta, contanto que eu possa esperar os loucos aventureiros na beira do mar, deitada na espreguiçadeira, ao lado do cooler de cerveja e água gelada, comendo um camarãozinho, de preferência.

Sempre vai ter alguém para tentar me convencer que desta vez vai ser diferente, e nunca é. É sempre um suplício, uma suadeira do inferno. Eu mal consigo caminhar no plano, e minha perna tem 85 cm de comprimento. Subir em pedras é uma tarefa complicada. Sem falar no medo de me estoporar inteira, me machucar, cair... Olha lá o cara do filme 127 Horas . Foi se fresquear e perdeu a mão!

Eu sei que tem muita gente que gosta de acampar, fazer trilha, subir morro, e respeito quem gosta. E eu sei que sendo desse jeito que eu sou, vou deixar de conhecer alguns lugares bacanas. Mas é o preço, e tô pagando sem grandes traumas.

Portanto, a não ser que tenha um pote de ouro no final da trilha, não me chame! E se tiver mesmo ouro lá, eu peço pro meu namorado ir lá buscar pra mim.


* Tudo isso só para dizer: obrigada, querida, pelo convite para acampar, mas fica pra outra vida, ok?


2 comentários:

  1. Mas amiga..eu acho que podemos tentar ainda, heim?...Bjo

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  2. O que as pessoas tem contra um hotel 5 estrelas de frente para o mar?

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