quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ano novo, novas possibilidades







Mais um ano está chegando ao fim. Época da abrir a janela da alma, renovar os conceitos, as esperanças, os planos e aquela famosa listinha de promessas para novo ano. Rever os erros, comemorar os acertos, perdoar, aprender, voltar para a academia, parar de fumar, mudar de emprego, fazer novos amigos, amar mais, ganhar mais, viver mais.

Bom...a essa altura da vida, todo mundo já sabe que nada muda, efetivamente, na virada da folhinha do calendário, né? Eu também sei. Mesmo assim, todo mundo espera que o ano que se inicia seja diferente do que o que passou.

Dizem que o conceito de loucura é fazer tudo sempre do mesmo jeito, esperando resultados diferentes. Quem é louco aí, levanta a mão!

Quer vida nova, mas não quer se mexer para isso? Lamento, mas seus sonhos vão ficar para o ano que vem, mais uma vez.

Entra ano, sai ano, e as mudanças vão continuar dependendo da gente mesmo, e não tem chororô que mude isso. Alguma mãozinha de fora pode ajudar, mas no fundo, quem muda a nossa vida é aquela pessoa que você vê quando olha no espelho.
Clichê, eu sei. Mas todo clichê tem um fundo de verdade.

Pois só em 2011 eu entendi. E isso me trouxe alguma sanidade (alguma, eu disse)...talvez maturidade, não sei...e acredito que finalmente aprendi a errar e aprender a não fazer tudo do mesmo jeito. Pode ser pouca coisa pra você, mas para mim, é uma evolução!

Assim como muita gente espera a segunda-feira para começar a dieta, outras tantas esperam a entrada do ano para mudar de vida. Ano novo, vida nova, dizem. Mas novo, como? Começar por onde? Poucos sabem mesmo o que querem, e outros aspiram bem menos do que o seu potencial revela. Talvez seja por isso que aquelas promessas e resoluções lá do primeiro dia do ano novo não vão adiante, pois só se cumpre uma tarefa quando se vê sentido nela.

Pois para os perdidões de plantão, aqui vai uma dica minha, se você me permite. Responda "O que você faria se tivesse certeza de que não iria falhar?" 


Se você respondeu "Ganhar a Mega Sena", você não entendeu a vida (e nem a pergunta), meu amigo. Ganhar a Mega Sena é desejo, não é possibilidade real. Risque da sua lista.
Veja a intenção da pergunta acima: ela não questiona o que você gostaria...e sim, o que você tem capacidade de realizar, mas tem medo de falhar. Desapegue do medo, e analise.

Quando tiver uma resposta coerente com a realidade, comece por ela a sua listinha de metas para o ano que vem. A partir daí, defina quais os passos necessários para que não fique só no mundo das idéias. Fica tudo muito mais claro quando as metas são possibilidades reais.

Mas também não esqueça de que é apenas uma lista. A vida sempre manda uma surpresinha, e às vezes é preciso reformular a listinha. Não se prenda cegamente, não perca a espontaneidade. Algumas mudanças são naturais e inesperadas, e não há planos que não precisem ser reformulados. Mantenha o foco na SUA felicidade.

Que venha 2012 com todas as doses de realidade, possibilidades, e mudanças! Eu tô pronta, já comprei uma agenda, aquele espumante bem docinho e minha calcinha amarela pro Reveillon e desejo, do fundo do meu coração, que todo mundo liberte as amarras do ano que termina, e comece o próximo com muito mais realizações do que com sonhos que morrem lá por Junho...



PS: Obrigada, 2011, por todas as possibilidades reais! 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Salve a Guarda do Embaú







Feriadão de 15 de novembro. Último feriado de 2011 e, para mim, a última chance, antes do carnaval de 2012, de ficar 4 dias na praia. Pegamos a estrada rumo à Guarda do Embaú, em Santa Catarina, um dos meus lugares favoritos, onde vou há mais de cinco anos, e sempre tenho vontade de voltar.

A Guarda do Embaú, para quem não conhece, é uma vila de pescadores cortada pelo Rio da Madre, que ao se juntar ao mar, cria um paraíso natural, muito procurado por surfistas, amantes da natureza e amantes do estilo alternativo do local (meu caso, já que não sou surfista, e eu e a natureza não somos muito íntimas).

Bar do Evori - barraco cheio de estilo
Para chegar à praia é preciso fazer uma travessia pelo rio nos barquinhos dos pescadores, ou ir à nado, quando a maré está baixa. Para acessar as outras prainhas, um pouco mais isoladas, é preciso seguir pelas trilhas do morro.
Confesso que eu só me arrisco na trilha que termina no Bar do Evori, que está numa categoria leve de dificuldade, a categoria "Trilha Nível Até Criança Manca Consegue".

Mas para quem gosta de trilhas mais pesadas, é só seguir em frente para chegar às piscinas naturais, ao vale da Utopia e à Pedra do Urubu. Ou, literalmente, atravessar o morro e chegar à praia da Pinheira. (clica aqui, e vê o mapa interativo das trilhas. Aí você vai me entender.)

Além das trilhas, conforme a época do ano, é possível observar a chegada das baleias francas (vimos uma neste feriado, nadando próximo aos surfistas!).

De noite, barzinhos e restaurantes. Som de violão, cervejinha, e uma energia muito boa. Muito reggae também, mas depois de algumas horas, a gente se acostuma.
O clima na Guarda é de muita harmonia, paz e liberdade. Liberdade até demais, diriam alguns mais conservadores, tendo em vista que a vibe Legalize Marijuana é o ar que se respira por lá, mas que nunca causou grandes problemas. A maioria das pessoas sabe que na Guarda o convívio pacífico é a característica principal e fundamental do lugar.

Ou pelo menos, era.

Depois de quase um ano e meio sem visitar a Guardinha, me surpreendi com as mudanças que ocorreram por lá. Algumas positivas, e muitas negativas.

Com a fama que a praia ganhou ao longo dos anos (proporcionada pelo modelo Zulu, que estragou tudo anunciou aos quatro ventos sua pousada no local), seria inevitável que algumas transformações acontecessem, claro. O surgimento de mais pousadas, mercados, restaurantes e opções de comércio aumentaram, trouxe a oportunidade de aumento da renda para os nativos da região, e faz a economia local bombar, principalmente durante a época de veraneio.

O que é positivo, já que muitos moradores viviam somente da pesca e pequenos serviços. A cidade cresceu, as ruas estão sendo asfaltadas e as pousadas estão mais estruturadas para atender a todos os tipos de hóspede. Mas paramos por aí.

Como todo lugar do mundo que vira modinha, o clima de tranquilidade, liberdade e preservação da natureza já não é mais o mesmo.

Não pisa aí sem chinelo, meu filho!
A Guarda do Embaú não tem um sistema completo de esgoto sanitário, e a proliferação de gente no verão faz com que as fossas transbordem. Tudo o que tem nelas (melhor nem entrar em detalhes escatológicos) desemboca diretamente no Rio da Madre, transformando as ruas numa privada a céu aberto, e o rio fica impróprio para banho.


Após a mobilização (olha aqui, nesse link) feita pelos moradores, a prefeitura de Palhoça, município o qual a praia da Guarda do Embaú pertence, prometeu, em março deste ano, que tudo estaria pronto para a temporada de 2012, mas a contar pela ausência deste tipo de obra nas ruas da Guarda, será mais uma promessa em vão. Pouco foi feito, e todos os dias os comerciantes locais precisam chamar caminhões-tanque para a limpeza das fossas, numa tentativa, muitas vezes frustada, de dar um jeito na cocozada turística.


Os barzinhos da beira da praia, antes tranquilos, onde se podia entrar e sair a hora que bem entendesse, curtir um sonzinho ao vivo, a vista da praia à noite e tomar uma ou doze cervejinha , se transformaram em casas noturnas, com ingressos a quase 30 reais, cercadas de telas e vidros, de onde, a certa altura da noite, ouve-se música eletrônica (?!). Outros bares, que ficavam localizados no centrinho da cidade, fecharam as portas devido ao barulho, que incomodava a vizinhança e o sono dos moradores do centro.

Dizem os nativos que estas mudanças na vida noturna foram feitas para selecionar mais o público, pois um certo tipo de pessoal, a famosa CHINELAGEM, estava chegando a rodo, criando confusão, brigas, sujando a praia com toneladas de latinhas e garrafas, e destruindo o clima alternativo e tranquilo do local.

Mas nada disso impediu os carros e Chevettes que chegavam, em comboio, abrindo seus (in)digníssimos porta-malas lotados de isopor com cerveja e colocando Cláudia Sangalo Leitte a todo volume, no meio da rua. Um comportamento totalmente inadequado, desprezível, e uma verdadeira falta de respeito, que não combina em nada com o perfil da cidade. São gafanhotos, que por onde passam, deixam tudo o que tinha de lindo, arrasado.

Arrasada fiquei eu. Como uma turista antiga da praia, saí muito triste de lá. As tentativas de melhoria na estrutura da cidade foram poucas perto do estrago deixado pelas ruas a cada final de temporada. E todo aquele clima alternativo, de paz e energia boa que nativos e amantes da praia tentavam preservar, está acabando, pois o mal comportamento de uns afasta aqueles que realmente respeitam a beleza e a harmonia do lugar.


Felicidade: é só entrar à esquerda!
E para piorar, existe um plano diretor de verticalização das praias de Palhoça, que prevê construções de até 4 andares na orla, e 12 andares, nas áreas mais centrais.


É claro que a Guarda do Embaú continua linda, mágica, e cada vez que o carro sai da BR-101 e entra na pequena estrada de paralelepípedos, o meu coração acelera... Mas a Guarda mudou. O clima da Guarda mudou. O perfil do turista da Guarda mudou.

Não existe outra Guarda do Embaú por aí. A Guarda é única. Ver este paraíso se transformando em mais uma cidade amontoada, com seu trânsitos, barulhos e sujeiras me deixa com um aperto grande no peito.

Como aceitar uma administração pública que não tem olhos para suas verdadeiras riquezas? Como aceitar mudanças que trazem mais destruição do que progresso?

Sei lá...parece que ninguém mais se importa.



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

E se der certo?





 Você planeja, ensaia, cria o ambiente perfeito para aquele plano ou situação que, há tempos, você deseja. E chega na hora, vai tudo por água abaixo.

Chato, né? É triste, você se escabela e xinga a má sorte, que está sempre conspirando contra você, coitadinho! Chama os amigos e vai afogar as mágoas de mais uma empreitada que acabou em nada. Você, definitivamente, é um azarado. Colocaram macumba na sua bebida e seu destino é virar freira/mendigo/lésbica/auxiliar de escritório/hippie ou morrer desiludido e sozinho, abandonado em casa com os doze gatos recolhidos pela vizinhança.

Tudo culpa do mundo, claro! Mundo cruel.

Será mesmo, cara-pálida? Será que o Universo não tem mais nada pra fazer do que empatar a sua foda vida? Não seria o seu grandessíssimo medo de dar certo sabotando todas os planos possíveis?

Sim, porque tem gente que MORRE de medo da coisa toda dar certo!

Certamente, no meio dos seus amigos e conhecidos, existe aquela moça que está solteira há um tempão, e está em busca de um relacionamento. Só que ela dispensa todos os caras bacanas e sai com aqueles babacas, que todo mundo sabe que não vão (e não querem) ficar na vida dela, e não vão fazê-la mais feliz, e logo ela estará sozinha de novo.
Ou ela até sai com os caras bacanas, mas só fala merda bobagem, bebe demais, faz cu doce joguinhos, e espanta a criatura, ou inventa algum defeito absurdo, do tipo que o rapaz tem dedo torto, franja pro lado, ou até, que ele é legal demais, e homem não pode ser legal demais (!?). Auto-sabotagem em seu estado mais puro.
E assim, ela continua culpando a raça masculina, bradando aos quatro ventos que homem não presta, quando, na verdade, ela joga fora todas as chances de ser feliz, por medo de dar certo.

E isso não acontece só no terreno amoroso. Acontece no trabalho, como aquele colega que preparou uma apresentação que poderia acarretar na promoção que ele tanto dizia querer, mas na hora...ui...deu branco, ele errou o básico, se mostrou inseguro e foi tudo para o ralo.

E aquela dieta que estava indo de vento em popa, mas que você, por medo de não saber viver com outro corpo e outra mentalidade, abandonou no meio.

Tá com medinho?
Porque, vai que dá certo, né? E se der certo? O que fazer? Que medo! Porque, se der certo, vão surgir sentimentos, responsabilidades e desafios antes desconhecidos e enfrentar tudo isso é muito difícil. Não...melhor deixar como está... É mais fácil sentar e culpar o azar, o mundo, a mãe, a infância, o chefe, a chuva, a roupa, o governo. É mais fácil ser infeliz e azarado, porque ser infeliz não dá trabalho, não requer investimento em nada, e ser azarado é algo que foge ao seu controle.

Claro que existem casos e casos, e muitos problemas sem solução acontecem e você não tem culpa de todos. Mas são poucos, se comparados aos que dependem, exclusivamente, da nossa ação.

Eu confesso que já tive muito medo que meus desejos se realizassem. E já sabotei várias oportunidades de conseguir o que eu queria. Até hoje eu não sei dizer se eu quero mesmo o que eu acho que eu quero, mas deixo vir. Tenho medo, sim, de todas as coisas que o enfrentamento do medo causa na gente, as ansiedades, as novidades, as mudanças de comportamento, de visão de mundo, de planos de vida...

A única certeza que se tem na vida, além da morte, são as mudanças. E são elas que causam o medo. E a cada medo enfrentado e vencido, cria-se novos medos a serem novamente enfrentados e vencidos. Portanto, não adianta fugir.

Compra uma Pampers e encara!








sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Não tenho mais idade para isso (1)





Eu não tenho mais idade para um monte de coisas. Na verdade, eu me sinto nova ainda. Apenas perdi a paciência para algumas situações.

Pensei nisso depois de assistir ao Rock In Rio na TV. Estávamos assistindo a uma reportagem sobre a abertura dos portões do evento, quando passou a imagem de milhares de jovens correndo para ficar na primeira fila, em frente ao palco. E dali, não poderiam sair mais até o final do último show da noite, sob o risco de perderem o lugar. Quer ir ao banheiro? Pode ir, mas não volta mais.
Posso apostar que muitos deles tiveram que jogar a calça mijada no balde de roupa suja quando chegaram em casa.
Não tenho mais idade para festivais. Chega uma hora da noite que a única coisa que eu quero é um segurança de 3 metros de envergadura para abrir passagem na multidão e lugar com encosto para morrer.

Não sei você, mas eu fujo de locais lotados. Não vou nem no supermercado no final de semana porque é muito cheio. Shopping, então, nem pensar! Fila para entrar em bar? Tchau, tô indo para outro lugar. Só encaro filas se for, realmente, inevitável ou imprescindível.

Quando eu tinha meus 20 e poucos aninhos, metade da graça das festas era ficar na fila, esperando encher. Festa boa era festa lotada! Era um empurra-empurra do inferno, e era preciso pegar as correntes de pessoas que passavam para conseguir chegar ao bar, ao banheiro, à pista... No alto dos meus 1,57m de altura, cada passo era uma surpresa, e vi muitas costas alheias durante essa fase da minha vida.

Tudo muito apertado, e barulhento. Não se escutava nem os próprios pensamentos (o que não é de todo ruim, quando se tem 20 anos). Mas eu ia. E feliz da vida.

Eu não planejava nada. Se alguém me ligasse às 23h, me convidando para sair, eu saltava dentro das roupas (que hoje em dia, não me servem mais, diga-se de passagem. O que é ótimo, por que eu não sei como eu tinha coragem de usar aquilo!) e ia.
Hoje, se alguém me liga neste horário, eu dou boa noite e combino para amanhã, mais cedinho. De preferência em algum lugar que tenha cadeiras livres para sentar e que eu consiga, ao menos, escutar o que a outra pessoa diz.  AH, e também com espaço livre para circulação. Não tem coisa mais broxante que tomar uma cerveja com a bunda de alguém dançando na sua cara!

Quem quer sentar aí, levanta a mão!

Acho que a gente só perde a paciência com aquilo que não faz mais sentido na nossa vida. Não vejo mais sentido em me sentir desconfortável, seja onde for, por opção. Aproveitei muito a minha adolescência e meus vinte e alguns anos, mas, infelizmente (ou felizmente), já passou.

Envelhecer pode ser bom, sim. A gente aprende a escutar aquela vozinha lá dentro dizendo que não há motivos para passar por certas situações. A gente aprende a respeitar nossos gostos e vontades. E aprende a dar valor aos momentos de tranquilidade. Passei por todos as bolhas nos pés, pelos apertos, pelas gritarias, pelas multidões e me sinto livre, hoje, para encerrar essa fase.

Há quem diga que eu virei uma velha, eu sei. Mas quem disse que eu não estou adorando?






quarta-feira, 28 de setembro de 2011

É noiz, Queiroiz!





Sempre achei que quem escreve bastante, escreve melhor. Mudei minha opinião depois do surgimento das Redes Sociais, em especial o Facebook e o Twitter. É impressionante como as pessoas escrevem errado, cometem erros primários e assassinam a língua Portuguesa sem o menor remorso.

Ok, eu sei que a educação é deficiente no Brasil. Mais de 50% da população brasileira é composta por analfabetos funcionais, que sabem ler e escrever, mas possuem dificuldades em interpretar textos e pouquíssima habilidade de escrita. 

Mas o que eu tenho visto ultimamente nas redes sociais em que participo são os erros cometidos por advogados, jornalistas, técnicos, pessoas que eu sei que tiveram um estudo teoricamente melhor, ou que, pelo menos, tem acesso à informações, livros, jornais, revistas e, principalmente, dicionários. E não são errinhos bobos, de digitação. Estes são fáceis de perceber, e cometer. Falo de erros como "cançada", "concerteza", "simplismente", "deichar", "ancioso", "encomodar" e por aí vai.

Não sei você, mas eu não consigo mais me concentrar na mensagem quando vejo um erro desses. 
O "concerteza" chega a me dar arrepios. Nem vou falar aqui do "É nóiz", por que acho que só pode ser zoação mesmo alguém escrever isso. Nem levo à sério. 

Há um tempo atrás o MEC aprovou a distribuição de um livro didático (?) que enfatiza que a linguagem coloquial, popular, não pode mais ser considerada certa ou errada, e sim, adequada ou inadequada.
A autora do livro Por uma vida melhor, Heloísa Ramos, defende a ideia de que está tudo bem em falar e escrever errado, pois utilizar o Português correto é um instrumento de dominação da classe rica sobre a pobre, e que ao utilizar a linguagem popular (ex.: Nós pega os peixe) você pode sofrer preconceito linguístico. Ah, meu Deus, que papo brabo de engolir, hein, minha Senhora?! 

Preconceito é achar que os outros não tem capacidade de aprender. Ensinar a língua pátria correta não é crime, e aprendê-la, muito menos! Discriminação é criar uma norma que diz que o aluno não pode mais ser corrigido, com a justificativa lunática de que isso lhe causaria transtornos.

Eu sei que muita gente tem dificuldade com o Português, porque não é uma língua fácil mesmo. São muitas regrinhas, crases, porque, por que, por quê e bla blá. Por isso certos erros são "engolíveis". Mas outros não. Principalmente se são corriqueiros, vindos de pessoas, como eu já disse, que tem acesso à informações e dicionários. 

Falta leitura, falta atenção, falta vontade. E dou a dica. Escrever errado é broxante! É pior que calcinha bege e cueca de cetim.

E é sempre desejável procurar melhorar, né?



quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Quanto vale?





Tem gente que diz que eu sou mão-de-vaca, canguinha, que tenho complexo de miserável. Olha...levando em conta a falta de noção que tem acometido lojas, consumidores e afins nos últimos anos, então eu sou mesmo!

Eu sou do tempo que sandálias Melissa eram meras sandálias de plástico, bonitinhas e baratas. Mas peraí....Melissa continua sendo uma sandálias de plástico, continuam dando chulé e criando bolhas nos pés, só que agora elas custam mais de 100 reais! Alguém pode me explicar o que aconteceu? Houve uma supervalorização do plástico no mercado internacional, que impulsionou os preços das sandálias?

Na minha época uma camiseta com uma estampa de... sei lá, qualquer coisa...custava uns 20 ou 30 reais. Afinal, é uma camiseta.
Alguma coisa aconteceu enquanto eu dormia e as camisetas passaram a custar uma fortuna. Vi, esses dias, em uma loja, uma camiseta simples, até bem fininha, sabe, meio transparente, eu diria... com estampa de umas caveirinhas espalhadas. Bonitinha, mas nada demais. Preço? R$ 124. Alooou! A camiseta é auto-limpante (tem hífen ainda?), faz café ou recarrega pilhas usadas? Não? Então, por que raios ela custa isso?

Semana passada entrei em uma loja de artigos de surf com o namorado (esse tipo de surfwear é a roupa mais absurdamente cara que existe), e na vitrine, jazia um boné de R$ 85 reais. Um boné...um troço que deixa todo mundo com cara de frentista e cabelo de Miojo...por oitenta e cinco reais.

Eu sei que os preços variam conforme a marca, e que existem consumidores para todos os preços, e que se eu não posso, ou não quero pagar, que vá nas lojas Marisa e me dê por satisfeita. E eu sei que no Brasil nós pagamos tudo mais caro em função da quantidade infinita de impostos, típico de um modelo tributário caótico. É só ir nos Free Shops para ver.

Mas não falo pelo dinheiro em si. O que me preocupa é a supervalorização de coisas que não são tão valiosas assim. Uma camiseta, por exemplo, continua sendo uma camiseta, mesmo que seja de alguma marca famosa. Tá conseguindo acompanhar?

Pensei muito nisso depois do episódio das lojas Zara (não tá sabendo? clica aqui).  Não vou entrar no mérito do trabalho escravo, que é absurdo, mas é mais comum do que parece, e sim, do produto. Você paga caro por um produto supostamente importado, valioso, cujo fabricante afirma que segue um rigoroso padrão de qualidade, e depois você descobre que, na verdade, o produto era fabricado em um fundo de quintal em São Paulo, por pessoas que eram feitas, praticamente, de escravas, em um ambiente de péssimas condições de higiene.

Não pense que é a primeira vez que isto acontece, porque não é. Outras marcas, mundialmente famosas, já estiveram envolvidas em casos semelhantes. É o famoso gato por lebre, e muita gente tá comendo gato por aí e achando ótimo.

Há um certo abuso, e as lojas se aproveitam da necessidade de consumo e cobram aquilo que acham que a peça vale, e não o valor real. E a galera sai pagando, sem questionar. Isso fica mais evidente em época de promoções. Aquela calça que custava R$ 300, em época de promoção, sai por R$ 150. Se ela pode ser vendida pela metade do preço na época da promoção, então ela não vale os trezentos de antigamente.

Talvez eu esteja falando muita bobagem, e talvez eu seja mesmo uma mão-de-vaca. Ou talvez a busca por consumo fez as pessoas perderem um pouco a noção da realidade. Tô errada?











quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sai pra lá, Julia Roberts!





Eu adoro comédias românticas. Assisto todas, e tive a vida "estragada" por muitas delas. Sim, porque comédias românticas estragam a sua vida, está comprovado aqui!

Porque, se o Richard Gere se apaixonou por uma prostituta de rua (ok, ela tinha a cara da Julia Roberts...), certamente aquele seu amor platônico vai se apaixonar por você, como não?! E se o John Cusack reencontrou a Kate Beckinsale , no meio de Nova York, sem nem saber o sobrenome dela ou o telefone, apenas contando com o destino a seu favor, porque raios o seu amor não vai te encontrar em Porto Alegre, não é mesmo?

Pois ontem eu assisti a mais um desses filminhos engana-bobas. O Noivo Da Minha Melhor Amiga (vê o trailer aqui) . Coloquei o namorado para assistir comigo, e obviamente ele dormiu no meio do filme, mas enfim. Eu continuei assistindo.
Basicamente é sobre a história da Rachel, que sempre foi apaixonada pelo ex-colega de faculdade Dex, mas que, por achar que ele nunca se apaixonaria por ela, o deixou escapar para as mãos de sua melhor amiga, a Darcy (aquela amiga linda, gostosa, espontânea, engraçada, e meio egoísta, que às vezes cruza no nosso caminho).
Só que, em uma noite de bebedeira (ah, sempre tem uma noite dessas), Rachel e Dex ficam juntos, e ela descobre que ele sempre gostou dela também. E aí, tá feito o enrosco! O cara não caga nem sai da moita  se decide, o casamento está marcado, e ela é a madrinha, que vai "abençoar" o casamento do homem que ela ama com outra. Ó, suspense.
Como sempre, tudo dá certo no final, por que é um FIL-ME.

No caso desse filme, a história forçou um pouco a barra, né? Roubar o noivo da sua melhor amiga, por mais que ela seja uma louca, chata de galocha, que sempre deu um jeitinho de chamar toda a atenção para si e te diminuir (por que você é amiga dela mesmo?) é feio, é traição, é falta de caráter, você perde a amizade e o cara nunca é tão bom assim quanto você achava.

Mas como toda comédia romântica bonitinha, termina o filme e você fica pensando que a vida é linda, que o amor vence barreiras e que você precisa emagrecer para correr na beira da praia ao pôr-do-sol com o amor da sua vida, num vestido branco. E é essa a verdade mesmo, ora. A vida é linda (ou vai me dizer que todos os seus problemas não parecem sumir quando você se vê apaixonado por alguém), o amor vence, mesmo, muitas barreiras e, sim, preciso emagrecer.

Eu acredito em romantismo, acredito em amor, acredito que é possível encontrar pessoas maravilhosas na vida real, que fazem a sua vida um pouco mais colorida (oi, meu namorado lindo! beijo pra você!). E acredito que doses de realidade fazem bem, te dão um chão, te dão segurança e direção.

Mas o melhor de tudo, é que sempre tem uma musiquinha, uma trilha, que ajuda no clima. No caso, é essa aí embaixo.
Tyrone Wells (Muito prazer, Cristine!). Bem ao estilo das comédias, mas que eu adoro.


E segue o baile, por que o que você procura tá fora da tela.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Mamãe tá ocupada!




Recebi a notícia de que mais uma amiga minha está grávida!
Na hora fiquei um pouco chocada. Sempre fico um pouco chocada cada vez que alguém me diz que está grávida e a primeira pergunta que me vem à cabeça é : Mas...tu tá feliz? É uma notícia boa? Posso comemorar? Porque vai que...né?
Nunca foi o caso contrário, elas estavam sempre felizes, o que me alivia bastante!
Alivia e choca. O que me choca, na verdade, é justamente a felicidade delas.
Calma, eu explico!!! Não é um choque ruim, não me entenda mal.
Eu não me sinto preparada para ter filhos (alguém está?). Quero, um dia, tê-los. Mas se isso acontecesse comigo hoje, eu entraria em pânico, porque ainda me falta muita grana coisa na vida antes de ter filhos.

Já ouvi dizer que filhos são uma benção, são a alegria da vida das pessoas, são lindinhos, fofinhos, cheirosos , que quando nascem a gente descobre o que significa o amor incondicional, etc. Acredito em tudo isso.

Mas também acredito na trabalheira que dá. São noites intermináveis sem conseguir dormir, choros estridentes, desespero quando o nenê chora e a gente não sabe o que ele quer, muito cocô mole, vômitos no casaco... E aquela mamãe feliz de antes aparece um pouco escondida atrás das olheiras.

Eles crescem, começam a falar, caminhar (coisa mais totosa ver neném de fraldão, caminhando pela casa), mexer em tudo, colocar tudo na boca, puxar o rabo do cachorro, jogar o pratinho de comida na parede, virar o suquinho de uva no tapete...  E aquela mamãe feliz de antes está ali escondida atrás da dor nas costas.

Eu sei, eu sei...coisa horrorosa de se falar. Mas eu penso em tudo isso.

Já vi amigas, primas, colegas em lapsos depressivos por causa da trabalheira que é criar uma criança. Isso que nem falei dos grandinhos, só estou falando dos bebês. Não cheguei nem na parte do ensinar seu filho noções de certo e errado, ajudar a fazer o tema, a não bater na cara do coleguinha, e ouvir desaforos (nem vem, toda mãe já ouviu desaforo). Ou ter que parar tudo pra ver aquele desenho indecifrável que seu filho fez  e achar lindo.

Que tomar banho? Quer pintar as unhas? Quer se atirar no sofá para ver reprise dos Friends? Quer ficar até de madrugada vendo clipes no You Tube? Que comer um bolo de chocolate sozinha, sem dividir com ninguém (como diz a MINHA mãe: mãe nunca morre empanturrada)?
Abstraia, mamãe, porque seu filho precisa mamar, arrotar, fazer cocô, trocar a fralda, brincar, chorar, fazer cocô de novo, trocar a fralda de novo, e dormir. Aí, se sobrar tempo (e até onde eu sei, nunca sobra), o que você mais quer é cair dura na cama, roncando.

E com toda esta reclamação sobre falta de tempo para si (estamos falando de mamães sem babás, veja bem), automaticamente aparece aquele outro sentimento, comum a todas as mães: a culpa. A culpa de querer minutos de sossego e silêncio, a culpa de querer ficar sem fazer nada, a culpa de ouvir o choro do filho e pensar: Que saco! E isso não significa que você não ama sua cria ranhenta, apenas que está cansada. Mas até entender e administrar essas emoções, já foi um balde de culpa fresquinha pra dentro da cachola.

Ser mãe é assim. Ser um misto de felicidade, canseira e culpa. Não estou aqui querendo que alguém desista de ser mãe, hein? Acho que a maternidade é algo fantástico, e nada no mundo deve estar à altura da emoção de gerar uma criança. Por essas razões, mães são tão especiais. Mesmo nas mais adversas situações, quando um filho chama, o coração de mãe bate mais forte.

Talvez seja isso o que mais me choque quando alguém me diz que está grávida: o de alguém querer padecer no paraíso (alô, clichê!). E depois de os filhos crescerem, sentirem saudades de toda essa fase.

Mas é aí  que entra aquela história do amor incondicional. Mas deste, a gente conversa depois que eu tiver filhos, porque só assim, eu vou conseguir entender perfeitamente.


Ps.: Amigas gravidinhas e neo-mamães! Muitas felicidades nessa nova fase da vida! Vocês são as minhas heroínas!





segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vai lá, que eu espero aqui.





É a sabedoria popular: gosto não se discute, já dizia a velha que comia ranho.

Você deixou de gostar de loiras porque disseram que as morenas são melhores?
O gosto de sushi/mocotó/buchada de bode ficou melhor só porque alguém disse que era bom?
Aquele feioso do terceiro andar ficou mais bonito só porque ganhou dinheiro? (Opa! Tem gente dizendo que sim?)
Você deixou de ouvir sua banda preferida porque sua namorada não gosta?
Você trocou de time de futebol porque o colega ali disse que o time dele era melhor?

Se você respondeu 'sim' à alguma dessas perguntas: Parabéns! Você acaba de entrar para o rol dos sem personalidade.

Agora, se você respondeu 'não', então deu, né? Resolvida a questão. Já sabe que não adianta discutir. O máximo que se consegue com isso é cãimbra na língua, cara feia alheia, e a fama de chato.

Penso muito nisso toda vez que alguém me convida para fazer TRILHA NO MATO ( nas pedras, no morro...qualquer tipo de trilha na natureza). Chega a me dar um pavor, uma agonia instantânea, uma coceira, no meio das costas, lá onde o braço não alcança. Não gosto, nem tente.

Se tem coisa que eu não mereço nessa vida é fazer trilha no mato!
Essa vibe natureza, pra mim, termina ali na Redenção, ou (e olhe lá) na prainha da Guarda do Embaú, que é o máximo de trilha que meu cérebro aguenta, sem ligar o alerta vermelho de perigo.

"Ah, mas é tão bom! A gente chega lá em cima do morro e vê aquela vista maravilhosa! Anda por aquela trilha de árvores nativas, ouvindo os sons dos pássaros... A gente pode montar acampamento numa área próxima à cachoeira, e tomar banho lá...", já diriam os Indiana Jones.

Não, amigo, não, não, obrigada! Não tenho a menor vocação para índio.
A última coisa que eu quero é subir vinte quilômetros morro acima pra ver vista. Árvores nativas eu encontro no Jardim Botânico. Não tomo banho de água gelada nem por decreto. E sons dos pássaros...bem...tem um passarinho cretino que começa a cantar na minha janela às 4h da manhã. Serve?

Dormir em barraca até vai, mas...tem banheiro limpo por perto?


Eu até não me importo em viajar para alguma praia mais deserta, contanto que eu possa esperar os loucos aventureiros na beira do mar, deitada na espreguiçadeira, ao lado do cooler de cerveja e água gelada, comendo um camarãozinho, de preferência.

Sempre vai ter alguém para tentar me convencer que desta vez vai ser diferente, e nunca é. É sempre um suplício, uma suadeira do inferno. Eu mal consigo caminhar no plano, e minha perna tem 85 cm de comprimento. Subir em pedras é uma tarefa complicada. Sem falar no medo de me estoporar inteira, me machucar, cair... Olha lá o cara do filme 127 Horas . Foi se fresquear e perdeu a mão!

Eu sei que tem muita gente que gosta de acampar, fazer trilha, subir morro, e respeito quem gosta. E eu sei que sendo desse jeito que eu sou, vou deixar de conhecer alguns lugares bacanas. Mas é o preço, e tô pagando sem grandes traumas.

Portanto, a não ser que tenha um pote de ouro no final da trilha, não me chame! E se tiver mesmo ouro lá, eu peço pro meu namorado ir lá buscar pra mim.


* Tudo isso só para dizer: obrigada, querida, pelo convite para acampar, mas fica pra outra vida, ok?


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma...




"-E aí, você quer ou não quer?
 -Eu quero...mas tem que ser assim, tão rápido? Quem sabe a gente vai vendo no que dá e...
 -Não, não! Não posso esperar, tem que ser agora. AGORA! Não posso perder tempo! É sim, ou não.
 -Então agora é 'não'."

Esse foi o diálogo que um amigo me contou que teve com a mulher que ele mais queria ter ao lado. Ele queria tanto, mas tanto, que não podia mais esperar. Ela não estava pronta ainda. Já tinha sofrido algumas vezes, e estava tentando ter mais calma na vida.
Mas ele não podia esperar. Na verdade, até podia. Só não queria
E lá se foi mais uma oportunidade dele ser feliz.

E o tempo que ele não podia esperar, vai ser o tempo que ele vai ter que esperar pra se curar do coração partido. O tempo que ele poderia estar vivendo ao lado dela.

Ao mesmo tempo, quem pode julgar? Por que não foi só ele quem perdeu. Ela também perdeu. Perdeu a chance de viver uma história bacana com alguém. Mesmo que não durasse...

O que é perda de tempo, e o que vale esperar?

É perda de tempo insistir em situações que, de início, a gente sabe que não vai dar em nada. É perda de tempo querer para o outro o que o outro não quer para si. É perda de tempo esperar uma pessoa mudar, sem que ela tenha razões próprias para isso, que não sejam somente as suas razões.

Vale a pena passar um tempo conhecendo quem se dispõe a passar tempo com você. Vale a pena esperar o tempo aparecer com as respostas. Até porque as respostas só vem com o tempo, mesmo.

É difícil tomar decisões quando se tem tantas opções. É fácil não decidir nada quando se acha que não se tem opções. Mas o tempo continua rolando...o tempo não tem paciência.


                                                                  Lenine - Paciência





quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Heavy



Ontem foi o dia de ver os meus gordos. Não, não virei frequentadora das reuniões do Vigilantes do Peso (embora eu devesse).
Tô falando da série Heavy, que passa toda terça, às 21h, no A&E, canal 83 da NET (Não tem NET? Clica aqui e assiste).
A proposta da série é mostrar o cotidiano de obesos mórbidos durante um programa intensivo de 6 meses de tratamento para a perda de peso.
Aí você vai dizer: "ah, eu que não vou perder tempo assistindo um monte de gordo suado, chorando pra fazer exercício e matando por um Big Mc". Se você pensa assim, então nem precisa ler o resto desse post.

Tem muita gente que pensa que ser gordo (não é gordinho, é gooooordo, obeso, daqueles bem over size) é o caminho mais fácil. Ser magro, sim, que é difícil. Ser magro é se ter que se controlar, se privar das coisas boas da vida em prol da saúde e estética. Desde quando perder o controle é fácil???
Fora não ter controle sobre a hora de parar de comer, o gordo ainda tem limitações físicas (amarrar o próprio sapato, coisa básica, simples, que qualquer um faz desde os 6 anos, é tarefa impossível para obesos, por exemplo) e sofre com o preconceito.
Ih, lá vem ela discursar sobre preconceitos!

Mas é assim, meu filho! Por que você pode ser inteligente, bonito, simpático, engraçado, blá blá blá. Mas se você é gordo, você tá f*****. Prepare-se para virar ponto de referência. Prepare-se para ganhar apelidos maldosos. Prepare-se para se acostumar com a indiferença do sexo oposto. Prepare-se para enfrentar olhares de reprovação. Prepare-se para não conseguir empregos, namoradas, e até amigos...

A gordura alheia incomoda. Incomoda mais aos outros do que ao próprio gordo, muitas vezes.

Dizem que os gordos são infelizes. Nem todos(Você aí, magrela. Você é feliz?). E os que são, são, muitas vezes, por culpa dos que se incomodam com a barriga dos outros. Qual o grande problema dos magros com os gordos, afinal? Por que tanta repulsa?

Comecei a pensar muito nisso depois que li a coluna da Eliane Brum na revista Época (clica ali no link).
Quem me conhece sabe que de magra, não tenho nem o cabelo. E tive a sorte (?!) de nunca ter passado por preconceitos (pelo menos não que eu tenha reparado...).  Mas muita gente passa. E deve ser horrível. E saber que você provocou este tipo de sentimento em alguém faz a lembrança da risada que você deu do gordo que entalou na roleta do ônibus hoje perder toda a graça.

Mas enfim...assiste a Heavy e me conta. Se você, depois de assistir, se sentir mal em rir dos gordos, já vou ter cumprido a minha parte.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Eu quero um milhão de amigos?



Eu sou uma pessoa que gosta de passar tempo sozinha.
Não estou falando de solidão completa e absoluta, mas de vez em quando - mais vez do que quando - eu gosto mesmo é de ficar sozinha, sem precisar falar com ninguém.
Soa bizarro, mas acho que muita gente é assim como eu.

Talvez por isso que eu não entenda as pessoas que dizem ter muitos amigos. Aquelas pessoas que a cada dia estão com uma turma de, no mínimo, dez amigos diferentes. Para cada lugar ou situação, o sujeito aparece com a própria caravana. Acho, no mínimo, estranho.

Não posso dizer que sou o melhor exemplo, porque sempre tive uma certa dificuldade em fazer amizades. O fato de ser tímida e um pouco reservada faz saltar em mim uma cara de bunda antipatia que até eu, se não me conhecesse, não chegaria muito perto. Preciso de um certo tempo, e uma certa quantidade de cerveja (hehehe) para me soltar.

Fora o fato de que não passei na fila do carisma antes de nascer.

Claro que tem criaturas que a gente gosta de graça. Outras tem uma cara-de-pau / simpatia / energia / whatever, e conquistam amigos com mais facilidade. Até então, tudo bem. Mas aí, a dizer que aquele bando de cinquenta pessoas que está sentado na sua mesa são todos amigos verdadeiros, pra mim, não convence.

A pessoa até pode acreditar nisso, mas eu acho uma certa ingenuidade. Amigos verdadeiros são raros, demandam dedicação, afinidade (ó o BBB12 chegando!), convivência, perrengues, sintonia, tempo...

Mesmo o melhor amigo que alguém já teve na vida é um ser humano, com defeitos, e às vezes é difícil lidar com eles. Nem sempre a gente tem paciência com os amigos, por mais que os ame. E a recíproca é verdadeira. Os seus melhores amigos às vezes não tem saco pra você.

Mil conhecidos, mil parcerias de festa, mil colegas de trabalho, mil companhias de boteco, todo mundo pode ter.
Mas mil pessoas que realmente se importam, mil pessoas que realmente torcem por você, mil pessoas que acordam de madrugada para te ajudar, mil pessoas que estão dispostas a te ouvir chorar no sábado à noite, mil pessoas que, mesmo tristes, riem com você...aí nem a Ivete Sangalo tem, meu filho! Abre o olho!

Quem quer mil amigos não se prende a nenhum. Logo logo perde a mão, e se vê sozinho, e não por opção.



domingo, 21 de agosto de 2011

Então...Oi.





Passei muito tempo pensando se seria uma boa idéia (para mim ainda tem acento) criar um blog e voltar a escrever. Desisti de tanto pensar e criei o blog, de uma vez, agora azar!

Não tenho a menor pretensão de nada. Nem de ganhar milhares de leitores, fama, ingresso pra festa, cortesia em salão de beleza, ou dinheiro (aham, senta lá! Dinheiro todo mundo quer!).

Apenas senti uma vontade muito grande de voltar a escrever, dar a minha opinião, dizer o que penso, e até o que eu nem parei para pensar direito também.

Nem sempre a gente pode dizer tudo o que pensa (quase nunca, pra ser mais exata), mas aqui, sei lá...aqui, é meu espaço livre. Mais ou menos como falar com as paredes, sem endereço, sem esperar respostas, mas mesmo assim, dizer.

Se vai ser uma perda de tempo, não sei. Se alguém vai se ofender, paciência. Se eu vou tocar a vida de alguém, que honra. Mas a intenção é só uma: escrever o que me der na telha.

Se quiser, chega aí, pega na minha mão e vamos lá. Se não quiser...ali em cima tem uma barra de endereço. Digita "Google", dá um enter, e tá livre. ;)

Beijossss